Elden Ring – A Evolução Do Souls Like

Elden Ring
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Anunciado na E3 de 2019 com um trailer enigmático, Elden Ring seria o mais novo projeto da From Software, a vencedora do Goty com Sekiro, logo o game ganhou os holofotes assim que novos detalhes iam sendo revelados, mas será que Elden Ring também será Goty? Confira nossa análise.

Como grande fã do estilo Soulslike, a ideia de ter um “Dark Souls” em mundo aberto me animou de imediato, mas Elden Ring é muito mais que isso, Elden Ring é uma carta de amor de Hidetaka Miyazaki aos fãs do estilo criado por ele em Demon’s Souls em 2009, game exclusivo de PS3.

Elden Ring foi criado com a colaboração de George R.R. Martin, criador da Crônicas de Gelo e Fogo, que posteriormente se tornaria a premiada série da HBO, Game of Thrones, segundo Martin a colaboração dele foi na criação da Lore do mundo.

“Claro, quase todo o crédito deve ir para Hidetaka Miyazaki e a sua equipe incrível de game designers que esteve trabalhando nesse jogo por cerca de meia década ou até mais, determinados a criar o melhor game de todos. E me sinto honrado de ter me encontrado e trabalhado com eles, além de ter participado em parte, mesmo que pequena, na criação desse mundo fantástico e de fazer Elden Ring ser esse marco e megahit que ele é”.

Quem já assistiu Game of Thrones é impossível não ver o toque de George R.R. Martin no mundo, toda a Lore criada por ele abrilhantou ainda mais todo o trabalho da From Software, e essa colaboração resultou em vendas altíssimas, assim como as notas que o game recebeu, tornando-se um marco na indústria, isso também ajudou no entendimento da história, ficando muito mais fácil entender as motivações e objetivos do game.

Assim que revelado seu gameplay surgiram diversas comparações, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Skyrim e muitos outros, e sim, Elden Ring tem alguns elementos desses games, Elden Ring te dá uma liberdade nunca visto em um jogo da From Software, enquanto em Dark Souls você explorava inúmeros castelos medievais, em Elden Ring isso foi levado a um novo patamar, com a introdução de uma mecânica extremamente simples, o pulo, sim, eu sei, já era possível pular em Dark Souls, mas não era uma mecânica muito precisa, já que era necessário estar correndo para pular, agora com o simples apertar de um botão a mecânica deu ao jogador a possibilidade de explorar áreas nunca antes acessadas em jogos anteriores.

Você vai se pegar durante horas explorando os telhados dos castelos e diversas outras estruturas, abrindo atalhos e pegando ótimas recompensas, eu demorei um pouco para descobrir as possibilidades de exploração vertical de Elden Ring, mas com a ajuda de outros jogadores no coop descobri como os mapas são complexos, mesmo em mapas que eu achava que conhecia, outros jogadores me mostraram uma infinidade de caminhos desconhecidos, locais que pareciam altos demais para descer, basta cair que não sofrerá dano, o jogo recompensa os jogadores ávidos por explorar locais desconhecidos.

O mapa de Elden Ring é imenso, explorar a pé não seria uma tarefa nada fácil, para auxiliar é possível invocar sua montaria, Torrente, tornando a travessia pelo mapa muito mais fácil.

É possível dar pulo duplo com o Torrente, o que ajuda a alcançar locais mais altos, em alguns penhascos a descida só é possível com ele, ou em plataformas próprias para isso ou utilizando os redemoinhos de vento, que tanto servem para subir de forma instantânea como para descer sem sofrer dano.

Como mencionei anteriormente, é possível jogar Elden Ring em coop com algum amigo ou um player aleatório, mas caso você seja um lobo solitário e goste da experiência solo, é possível ter uma “ajudinha” extra, utilizando as “Cinzas”, espíritos que auxiliam nas batalhas por breves intanstes, quase como um coop, existem cinzas com ótimo poder de ataque e outros que servem mais como uma distração contra um chefe enquanto você ataca., inclusive existe uma cinza lendária que se materializa com a mesma forma do jogador, com os mesmos ataques e magias, pessoalmente é a cinza que mais utilizo.

Existem inúmeras dungeons espalhadas pelo mapa, com chefes opcionais e ótimas recompensas, inclusive em uma dessas masmorras é possível encontrar um personagem conhecido da série Souls, uma das maiores surpresas do jogo para mim, mostrando que o mundo de Elden Ring de alguma forma coexiste com todo o universo de Dark Souls, o que faz total sentido, já que foi dito pelo próprio Hidetaka Miyazaki que Elden Ring é a evolução de Dark Souls, mas sem abandonar todo seu legado.

Muitas coisas funcionam em Elden Ring de maneira equivalente a Dark Souls, apenas com uma nomeclatura diferente, as fogueiras são chamadas de local de graça, estus flask agora dão lugar aos frascos de lágrima, entre outros, isso facilita demais o entendimento para os jogadores mais antigos na franquia a se familiarizarem com o jogo.

O mundo aberto de Elden Ring te dá liberdade para explorar o mapa quase por completo sem sequer ter derrotado o primeiro chefe do jogo, e caso esteja perdido vá até um local de graça e você verá uma luz que irá guiá-lo para o próximo objetivo, abrindo o mapa do jogo é possível fazer viagem rápida a qualquer momento, com exceção quando você estiver dentro de uma dungeon.

Para ver toda a geografia do mapa é necessário encontrar o mapa de cada região, ao acessar alguma área nova e abrir o mapa você verá tudo marrom, procure por um símbolo de uma estaca, lá é onde você encontrará o mapa da região, podendo assim se guiar de maneira bem mais fácil.

Elden Ring é um game um pouco mais acessível que os jogos anteriores da produtora, isso quer dizer que ele é fácil? De jeito nenhum!, mas senti um balanceamento diferente na dificuldade do game, claro que a medida que for avançando a dificuldade seguirá progredindo, cabe ao jogador procurar melhorar as armas, armaduras, sua build para acompanhar a dificuldade do jogo.

Os NPCs do jogo me surpreenderam positivamente, personagens carismáticos, frágeis, guerreiros ávidos por vingança, você irá encontrar todo tipo de personagem pelo mapa de Elden Ring e será constantemente surpreendido, pois até quando você tenta ajudar alguém, pode se dar muito mal.

O gameplay da From Software sempre foi primoroso, e agora foi levado a um outro patamar, a mecânica de craft foi introduzida,sendo possível criar itens de cura, buffs e muito mais, para isso é necessário coletar os materiais necessários encontrados pelo mapa, mais um motivo que torna a exploração de Elden Ring obrigatório, pois até para melhorar a sua arma são necessários encontrar os itens e ao avançar na história é possível encontrar sinos, esses sinos quando entregues a determinados NPCs fazem com que eles vendam mais itens, inclusive ao derrotar os chefes é possível trocar suas almas pelas suas armas, o que facilita ainda mais na criação da sua build.

Por falar em chefes, Elden Ring possui chefes épicos, aqui destaco Placidusax, o Lorde Dragão, Malenia, a Espada de Miquella e Astel, Filho Natural da Escuridão, para acompanhar as lutas com os chefes a From Software segue a tradição de entregar trilhas sonoras épicas, a compositora Yuka Kitamura, que já trabalhou nas trilhas de Bloodborne, Dark Souls e Sekiro: Shadows Die Twice traz mais uma vez um trabalho impecável.

Minha jornada em Elden Ring durou cerca de 90 horas, tempo em que conquistei meu troféu de platina, eu amei cada minuto desse jogo, mesmo com mortes consecutivas para determinados mestres, esse jogo é obrigatório para quem gosta de um bom desafio, exploração em alto nível e mestres épicos, eu mal posso esperar por um Elden Ring 2, que a From Software continue evoluindo e trazendo novas experiências para os jogadores que amam sua fórmula de fazer jogos.

 

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