Assassin’s Creed Mirage | Análise / Review

Assassin’s Creed Mirage
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Consolidada como uma das maiores franquias da Ubisoft, Assassin’s Creed se reinventou ao longo de mais de 15 anos para manter a atenção dos fãs e construir um legado na indústria de jogos no mundo.

Passando a era vitoriana até os piratas, do antigo Egito à mitologia grega e aos vikings, os jogos da série Assassin’s Creed percorreram diversos períodos históricos e trouxeram muitas inovações em sua jogabilidade. Contudo, essa evolução tem deixado os fãs veteranos com saudades do básico.

A franquia é famosa por seus Protagonistas Carismáticos e Icônicos, desde Altair até Ezio, de Edward a Kassandra e Eivor, muitos personagens marcaram presença na franquia, e em Mirage não é diferente, apresentando desta vez, Basim como seu protagonista.

Se você é fã de Valhalla, vai reconhecer esse nome e se lembrar de um dos amigos de Eivor, Basim. Mas aqui, a história se passa anos antes e conta como esse personagem passou de um simples ladrão a um membro de respeito dos Ocultos – os predecessores da Irmandade dos Assassinos.

O título segue a linha narrativa dos games originais, com uma trama mais direta do que havia sendo feito. Mas, isso não é ruim, afinal, ajuda a dar vida a Basim, um dos assassinos mais lendários da franquia, na sua cruzada contra a Ordem dos Anciões e o nascimento dos Templários.

Mirage arrasa trazendo os velhos clichês da série de propósito, fazendo o jogador sentir como se estivesse voltando aos títulos originais. Um verdadeiro deleite para os saudosistas! Além disso, o game apresenta os “Contos de Badgá”, novas missões paralelas que são opcionais, mas que enriquecem ainda mais a experiência.

A história principal tem a duração de cerca de 20 horas, o que é consideravelmente menor em comparação aos títulos mais recentes da série, mas está mais alinhada com os primeiros jogos e na proposta da Ubisoft para o título. No entanto, com o grande número de reviravoltas e eventos intrigantes, os jogadores provavelmente ficarão ansiosos por mais.

Como já foi mencionado, o jogo Mirage é uma volta ao passado em todos os aspectos, principalmente na jogabilidade. As características de um mundo vasto, elementos de RPG e combate elaborado são deixados de lado. A furtividade volta a ser o ponto central deste jogo.

Ao jogar qualquer um dos títulos mais recentes da franquia após Origins, Odyssey ou Valhalla, é fácil notar uma diferença significativa em vários aspectos, especialmente no combate. Agora, é necessário se limitar a ataques rápidos, golpes fortes, defesa e esquiva, trazendo como novidade o “parry”, mecânica que ficou conhecida após a implementação dos jogos no estilo “souls-like”.

No entanto, você notará que o level design e as mecânicas avançadas de furtividade estão de volta, trazendo consigo algumas novidades, incentivando o jogador a se infiltrar e eliminar seus alvos sem causar tumulto, diferentemente de um viking berserker em Valhalla ou um guerreiro grego em Odyssey.

Para se manter nas sombras, Basim pode se camuflar em arbustos, se misturar na multidão, além de contar com ferramentas icônicas, como bombas de fumaça para sumir quando a confusão aperta e facas de arremesso letais para acabar com os oponentes silenciosamente, mesmo à distância.

Uma das novas mecânicas é a barra de Foco, esta barra e preenchida eliminando os alvos furtivamente. Essa habilidade permite que você elimine vários inimigos em sequência de forma silenciosa e elegante, como se espera de Assassin’s Creed.

E não podemos esquecer dos roubos! Basim, nosso herói, iniciou sua carreira como um ladrão e não perdeu o jeito mesmo como assassino. Agora, foi introduzido um minigame para apertar os botões no tempo certo e roubar os pertences da vítima. Mas fique esperto, se você errar, terá que lidar com os gritos da vítima e a raiva dos guardas.

A ênfase em furtividade, roubo e assassinato torna a notoriedade um novo sistema crucial em Mirage. Agora, ao cometer ações ilegais, você ganha uma reputação como criminoso. Os cidadãos de Bagdá irão identificá-lo e chamarão imediatamente os guardas para prendê-lo. 

Uma das mecânicas que retorna é a de rasgar os cartazes de procurado espalhados pelas ruas caso seja detectado furtando os civis ou em combate contra os guardas locais, a medida que rasga os cartazes o nível de procurado vai caindo gradativamente.

Assim como no primeiro game, Assassin’s Creed, Mirage nos leva pela cidade de Bagdá, com direito a saltos radicais pelo topo dos prédios e pelas ruas movimentadas. Essa liberdade é um prato cheio, mas também pode ser uma cilada.

Embora o título seja recheado de nostalgia dos jogos antigos, é inegável que o parkour não tem a mesma fluidez que é encontrada nos jogos mais modernos. Em certos momentos, o sistema parece antiquado e descompassado, o que fica evidente em momentos de fuga ou perseguição.

Embora possa parecer polêmico, é importante lembrar que a jogabilidade dos primeiros jogos de Assassin’s Creed não é tão boa quanto muitos se lembram, especialmente quando comparada aos jogos mais recentes.

Bagdá, com 2,4 km² é quase do tamanho da recriação de Paris em Assassin’s Creed Unity. A cidade oferece muitos tesouros, segredos e itens interessantes escondidos em cada canto para os jogadores explorarem. A verticalidade da cidade torna a experiência de exploração ainda mais imersiva, divertida e altamente viciante.

Assassin’s Creed sempre recriou com maestria os períodos históricos, e isso também se aplica a Mirage, que se passa na Bagdá do século IX, durante a “Era do Ouro” islâmica.

Este período é famoso pelas significativas contribuições de estudiosos do mundo muçulmano para a humanidade. Acadêmicos, engenheiros, médicos e comerciantes contribuíram com avanços e invenções nas artes, ciências e tecnologia.

Além de recriar fielmente o período, Mirage oferece uma experiência educativa por meio de “A História de Bagdá”. Em colaboração com especialistas e sob a supervisão do renomado historiador Dr. Raphaël Weyland, um dos principais nomes da Ubisoft Montreal, o recurso apresenta imagens de museus e instituições históricas para que os jogadores possam aprender enquanto se divertem.

A história de Bagdá é categorizada em cinco diferentes áreas, cada uma detalhando aspectos diversos dessa época, como a vida na corte, economia e governo, arte e ciência, dentre outros. É possível afirmar, com segurança, que Mirage é o título que mais se aprofundou nesse período histórico específico.

Mirage deslumbra com paisagens incríveis, que fazem você se sentir totalmente dentro do jogo, mas, em termos visuais, não chega a ser tão poderoso quanto os jogos mais recentes. Claro, a ideia é retornar ao passado, mas às vezes pode dar a impressão de ser um pouco antiquado, especialmente nos movimentos faciais dos personagens, como o nosso amigo Basim.

No PlayStation 5, é possível escolher entre dois modos: qualidade ou desempenho. O primeiro tem como objetivo manter a resolução mais alta, enquanto o segundo oferece taxas de quadros por segundo mais elevadas. Em geral, o jogo mantém um bom desempenho de 60 FPS e não apresenta problemas nesse aspecto.

Apesar disso, existem alguns problemas visuais frequentes. Durante minha exploração pela cidade, foi possível observar que Basim acaba executando alguns movimentos estranhos com as pernas e alguns NPCs se movimentam de uma maneira bizarra. Além disso, há questões relacionadas à inteligência artificial, quando somos detectados pelos inimigos eles rapidamente nos esquecem, mesmo após ver o corpo de um colega morto, eles acabam não fazendo uma busca mais prolongada, se resumindo a poucos segundos.

A trilha sonora é um show à parte, com faixas orquestrais que elevam o clima! Mas o destaque fica por conta da colaboração estelar entre a banda americana de rock alternativo OneRepublic e a sensação saudita Mishaal Tamer, responsáveis pelo tema principal.

Assassin’s Creed Miragem possui tradução completa para o português e dublagem, porém a falta de emoção nas vozes pode prejudicar a experiência, sendo necessário mudar para o áudio original caso queira a experiência original e uma melhor imersão.

 

Assassin’s Creed Mirage – Uma Jornada Épica em Bagdá
Os jogadores serão cativados por uma trama envolvente em Bagdá com o Assassin’s Creed Mirage, oferecendo uma experiência de jogo imersiva. Com mecânicas clássicas como o parkour e a furtividade, a jogabilidade é fluida e envolvente. O jogo é tão vibrante e palpável que parece que você está realmente em Bagdá, graças à atenção meticulosa aos detalhes visuais e de áudio.
A franquia Assassin’s Creed é conhecida por ser inclusiva e acessível, e o Mirage não é diferente. A acessibilidade é garantida por meio de legendas e dublagens em português, e opções para jogadores com daltonismo. A filosofia central da franquia, “Nada é verdade, tudo é permitido”, é incorporada em cada momento do jogo, tornando-o ainda mais emocionante.
Apesar da curta duração e de alguns bugs, Assassin’s Creed Mirage realmente me fez sentir como se estivesse jogando um game clássico da franquia, após campanhas extremamente longas como a de Valhalla, jogar Assassin’s Creed Mirage foi extremamente prazeroso.

 

 

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