The Precinct é um game indie que surpreende pela ambição. Ambientado na fictícia Averno City, nos anos 80, o título oferece um sandbox cheio de possibilidades. O jogador assume o papel de Nick Cordell, um jovem policial que patrulha as ruas enfrentando crimes gerados de forma procedural — tudo com uma pegada retrô que lembra os antigos GTA.
Uma cidade viva, cheia de crimes e caos

A proposta é clara: viver o dia a dia de um policial. A cada nova patrulha, Nick e seu parceiro Kelly escolhem uma rota e enfrentam situações aleatórias. Pode ser algo simples, como aplicar uma multa, ou algo mais intenso, como perseguir assaltantes armados.
Essa dinâmica traz vida ao jogo. Os eventos são imprevisíveis e exigem decisões rápidas. Um suspeito pode parecer inofensivo até tentar fugir. E quando isso acontece, a perseguição pode escalar para algo digno de filme de ação.
Combates intensos e sistemas profundos

Quando o confronto é inevitável, entra em cena o tiroteio com mecânica twin-stick shooter — um estilo de jogo em que você move o personagem com um direcional analógico e mira com o outro, oferecendo total controle da movimentação e dos disparos. A ação é tensa, exigindo precisão e decisões rápidas. O uso de cobertura, apesar de limitado — você só pode se proteger atrás de objetos baixos —, ajuda a criar momentos de tensão.
Os controles de mira podem parecer um pouco complicados no início, especialmente para quem não está acostumado com esse estilo. No entanto, com o tempo, você pega o jeito. E quando isso acontece, o gameplay flui muito melhor, tornando as trocas de tiro mais naturais e satisfatórias.
O sistema geral é técnico. É preciso memorizar comandos, navegar por menus de acusações e agir dentro dos limites da lei. Pode parecer desafiador no começo, mas a curva de aprendizado recompensa com uma experiência imersiva e envolvente.
Missões, narrativa e estrutura
A campanha principal tem cerca de 10 horas e avança conforme você coleta provas durante as patrulhas. A estrutura funciona bem, mas o ritmo pode desacelerar, já que os itens necessários para avançar surgem de forma aleatória.
A história, embora não seja o foco principal, tem seu charme. Os personagens são caricatos, com clichês bem aplicados. As cenas de diálogo são estáticas, mas cumprem o papel de contextualizar a jornada de Nick em busca dos assassinos de seu pai.
Bugs que atrapalham, mas não comprometem

Como todo bom sandbox, The Precinct oferece liberdade e imprevisibilidade — e isso, infelizmente, também se aplica aos bugs. Durante minha experiência com o jogo, me deparei com uma variedade de problemas técnicos que podem atrapalhar a imersão, mesmo que não quebrem completamente o gameplay.
Alguns dos bugs mais frequentes envolvem personagens e veículos travando em determinados pontos do mapa. Em mais de uma ocasião, precisei perseguir um carro em fuga durante uma missão, mas o veículo simplesmente ficou preso em uma esquina, incapaz de se mover, o que automaticamente encerrava qualquer sensação de urgência.
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Outro bug curioso ocorreu quando carros colidiam entre si e passavam a flutuar no ar, como se a gravidade tivesse sido desligada por alguns segundos. Isso quebrava o realismo e gerava cenas involuntariamente cômicas.
Além disso, meu parceiro de patrulha, Kelly, por vezes não retornava ao carro após uma ocorrência, me obrigando a continuar as missões sozinho ou reiniciar a patrulha.
Apesar desses problemas técnicos, The Precinct ainda é jogável e divertido. Os bugs, embora irritantes, não são frequentes o suficiente para inviabilizar a experiência. Com atualizações e correções, o jogo tem tudo para se tornar ainda mais estável.
Caos emergente e momentos hilários

O verdadeiro brilho de The Precinct está no caos emergente. A IA dos NPCs reage de forma inesperada, criando momentos hilários. Tiros podem iniciar perseguições em massa, e acidentes em série tornam as ruas um espetáculo imprevisível.
Mesmo quando tudo dá errado, o jogo diverte. É impossível não rir quando a cidade mergulha no caos e você falha uma missão porque o suspeito virou mancha de asfalto.
The Precinct Vale a Pena?: The Precinct é um jogo que entrega uma experiência divertida e nostálgica. Apesar de apresentar certa repetitividade em suas atividades com o tempo, ele consegue entreter e prender a atenção, especialmente considerando o seu preço acessível. Para quem cresceu jogando os primeiros GTA, há um charme especial em estar do outro lado da lei — agora na pele de um policial. É uma boa pedida para quem busca algo descompromissado, com ação rápida e aquele toque retrô de sandbox. – Jimmy
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